sexta-feira, 25 de maio de 2012

Após 34 anos, rede de esgoto chega ao Jardim das Camélias

Por Vander Ramos
Moradores de uma pequena faixa ao lado do oleoduto da Petrobrás no Jardim das Camélias, distrito de Vila Jacuí, zona leste da capital paulista, estão em festa pela chegada da rede coletora de esgoto, após 34 anos de ocupação da área.
A instalação acontece na rua Mirassol D’oeste e só foi possível graças a intervenção da Associação Camélias de Desenvolvimento e Valorização Humana, que representa os moradores da região.
A associação promoveu várias reuniões com a Sabesp e a Transpetro, subsidiária da Petrobrás e proprietária da área onde fica parte do Jardim das Camélias.
Sem saneamento, o esgoto corre a céu aberto.
Esgoto corre a céu aberto na Rua Mirasol
Segundo o líder comunitário Idevanir Arcanjo, a demora deu-se por conta da falta de relacionamento entre Sabesp e Transpetro no passado. “A área pertence à Petrobrás e, sem autorização, a Sabesp não podia abrir buracos.
A Transpetro nunca dava esta autorização. Com a intervenção dos moradores, o acordo entre as empresas foi facilitado e hoje estamos recebendo a rede de esgoto”, diz o líder comunitário.
Segundo técnicos da Sabesp, nesta primeira etapa dos trabalhos, 140 residências serão beneficiadas pela rede coletora. A segunda etapa, ainda sem data, depende do programa córrego limpo beneficiar o córrego limoeiro que passa próximo ao local.
A Sabesp não irá cobrar dos moradores a ligação das residências à rede de esgoto.
Sabesp instala canos de esgoto
“Já fizemos muitos abaixo assinados e nada acontecia, somente agora, com ajuda de nossa união e da associação, o esgoto chegou” comenta o morador Sebastião de Souza, que chegou na região em 1977.
Outro morador, Felix Romão da Silva, diz que “há tempos que vínhamos lutando para isto. Minha casa já foi ligada na rede, agora falta o asfalto. A melhoria está sendo perfeita”.
Maria Cícera da Silva, 77, aposentada, mora há 35 anos e agradece o benefício. “É uma benção a chegada do esgoto, vocês não sabem o que é viver sem esgoto. Outro problema é a falta do asfalto”.
“Moro aqui há 34 anos e sempre passei vergonha quando uma visita minha dava descarga no vaso sanitário. O cheiro era forte e respondia que a rua não tem rede de esgoto. Ela [a visita] questionava: Como um lugar bonito deste não tem rede de esgoto?” diz a aposentada Alice do Nascimento.
Os moradores ainda aguardam a iniciativa da Prefeitura em colocar asfalto ecológico na principal rua do bairro. “A prefeitura diz que não pode colocar o asfalto, por ser uma área privada da União, para mim é terreno público mesmo que outra esfera administrativa do governo”, diz Arcanjo.
Vander Ramos, 51, é correspondente do Itaim Paulista.
@vander521









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